"Gastar 3.800 reais para desenvolver um site? Só pode ser piada! Meu sobrinho faz esse trabalho para mim por 300 reais." Respostas desse tipo fazem parte do dia-a-dia das agências de criação de soluções web. Tanto que até já deram nome a esses jovens desenvolvedores: são os 'sobrinhos homepage'". Ouvi essa em uma agencia a qual prestei meus serviços, um diretor de arte acabando de terminar uma reunião com um cliente.
A diferença de valores cobrados pela criação de sites institucionais é realmente impressionante. As agências especializadas apresentam orçamentos médios que ficam entre 1.800 reais e 5.600 reais, enquanto desenvolvedores independentes pedem, muitas vezes, apenas 300 reais para realizar o trabalho. Escolher o mais econômico, no entanto, nem sempre é a opção mais inteligente. Mas salientando nem todo o desenvolvedor independente é ruim, pois existem muito freelancher que estão no mercado hoje, simples é somente acompanhar seus historicos, pois muitos acham que cursinhos em escolas basicas e tutoriais na internet ja os tornam profissionais.
Os especialistas alertam para o fato de o barato sai caro muitas vezes, já que um trabalho malfeito pode exigir novos investimentos para ser corrigido. "Há casos que vão parar na Justiça porque o contratado promete um serviço que não consegue entregar", que para isso não acontecer existem empresas especializadas em soluções de internet.
Justifica-se a disparidade de preços listando uma série de diferenciais dos serviços especializados. Para começar, qualquer projeto deve obrigatoriamente seguir uma identidade visual. E esses elementos de identificação têm de levar em conta o público-alvo, bem como o que ele espera do site. Segundo ele, o valor cobrado por agências especializadas é naturalmente mais alto porque elas dedicam diversos profissionais para um único trabalho – há desde um web designer até uma equipe de criação e um gerente de projeto. E muitos dos casos o profissional coloca seu dinheiro no bolso e acaba sumindo. E nunca mais o ar de sua graça. dificultando atualizações e modificações futurar.
"É arriscado contratar apenas um profissional sem qualificação, pois dificilmente ele será bom tanto na criação de um layout adequado quanto na programação do site". "Se o site é voltado para jovens, por exemplo, é interessante incluir muitos recursos de interatividade. Já se o público-alvo é formado por profissionais mais velhos, as informações devem ser claras e objetivas", explica. O risco é abalar a imagem da empresa. "O site é como um cartão de visitas. Se for feio ou bagunçado, o internauta certamente vai imaginar que a empresa é ruim e desorganizada".
Destaca-se que as ferramentas de publicação e editores de html existentes atualmente auxiliam bastante o trabalho, mas não dão conta do recado. "Na hora de programar efetivamente, o profissional precisa ter muito conhecimento de códigos". "As ferramentas de publicação, por si só, não funcionam. O site pressupõe um processo de criação visual. É impossível padronizar um layout. Não dá para ter uma estrutura engessada", diz.
Marcelo também cita. - "No caso do desenvolvedor inexperiente falhar na hora da programação, o cliente pode, no final das contas, gastar novamente com a contratação de empresas especializadas capazes de corrigir os erros. Quando isso acontece, o projeto precisa ser "demolido" e construído novamente a partir do zero. "Não existe na internet o aproveitamento do que já está feito. Geralmente, a empresa não sabe a estrutura que foi usada anteriormente. É mais fácil começar de novo".
Por conta própria
Mesmo com todas essas opiniões contrárias, se a idéia é colocar no ar apenas um site institucional simples, pode ser válido economizar e contratar um desenvolvedor autônomo – ou até criar o site sozinho. Roberto Antonio Engracia, especialista em desenvolvimento web do Senac-SP, explica que a contratação de um profissional independente é válida sempre que o projeto não envolva muitos recursos multimídia. "Se os recursos desejados forem poucos, a contratação de um autônomo é suficiente", diz, acrescentando que há hoje no mercado muitos profissionais qualificados.
"Tem muita gente que está se especializando em desenvolvimento de internet, e as empresas especializadas não conseguem absorver toda essa mão-de-obra. O comprometimento depende muito da formação do profissional", afirma. Se a empresa temer a possibilidade de não contar com um profissional para manter o site atualizado, outra opção é treinar um funcionário para a função. "Isso demanda tempo e investimento, mas é válido".
Materia impresa na revista webdesigner agosto de 2008. Número 078.